ENTREVISTA COM A DJ ANNY B

 

Foto: Britoss

Ela é um furacão. Mãe, empreendedora, leoa e DJ, além de produtora, colunista e capricorniana. Já sabemos que é determinada, disciplinada e teimosa. Vive com um sorrisão no rosto e é luz por onde passa. Por fora uma mulher por dentro uma menina levada que ama coisas simples e que o contato com a natureza renova suas energias. Hoje o AJU360º bate um papo com a aracajuana, a DJ Anny B e CEO da @e.music.se Confira!

AJU360º – Anny, quando começou sua paixão pelo eletrônico?

DJ ANNYB – O meu tio Sérgio uma vez me deu um CD do MOBY quando fui competir Ginástica Rítmica aos 10 anos em Recife, onde ele mora e voltei ouvindo. Tive contato aos 12 anos com DJs em festas de 15 anos e casamentos que trabalhava fazendo apresentação de dança como bailarina. Só aos 18 anos fui para minha primeira festa eletrônica chamada E-Motrixx e aí, sim, encontrei meu lugar. Quando fui para meu primeiro Universo Paralello em 2006, tive oportunidade de conhecer vários gêneros de música eletrônica e me apaixonei pelas vertentes do House Music.

AJU360º – Quando você decidiu comandar as pick-ups?

DJ ANNYB – Comecei a trabalhar nos bastidores do mercado da música eletrônica há 15 anos. Comecei divulgando os eventos, vendendo ingressos, sendo Booker do meu marido que já era DJ. Só após três anos me senti realmente preparada para assumir essa responsabilidade, pois sempre levei muito a sério essa profissão. No palco você torna-se o centro das atenções durante a sua apresentação e está sendo vista por todos do público, tenho a missão de fazer as pessoas felizes por meio da música. Então, aceitei o convite de Eduardo Montezuma e em março de 2010, na festa Atomika, em um line apenas de mulheres tendo como atração principal a DJ Vivi Seixas.

AJU360º – O que você sentiu ao subir pela primeira vez no palco e tocar para as pessoas?

DJ ANNYB – Foi um misto de emoções! Veio amigos até de Salvador ver minha estreia, a galera de Aracaju na maior expectativa, pois já me conhecia das festas. Estrear após a filha de Raul Seixas que foi a atração principal pegando a pista lotada e na maior vibe foi o maior desafio da minha vida. Consegui fazer a galera curtir todas as músicas e pedir mais no encerramento. Foi algo que me deu a certeza que estava seguindo meu coração e achei de fato a profissão que sempre quis trabalhar.

AJU360º – Existe preconceito na cena eletrônica por você ser mulher?

DJ ANNYB – Vem melhorando a cada dia, pois as mulheres vêm mostrando ainda mais sua qualidade profissional. A exemplo, do New Dance Order que revolucionou e além de ampliar a quantidade de DJs mulheres na programação no último foi exclusivo de mulheres como as atrações. Seguindo o exemplo, veio agora, o anúncio do LollaPalooza que ampliou a quantidade de mulheres. O Universo Paralello Festival também terá um dia apenas com mulheres, além de projetos como o Pitanga na pista Tortuga da Clari Ann. Apesar disso, infelizmente, ainda não temos a mesma quantidade de oportunidades para fazer parte das atrações de um evento. Não tem mais essa de falta de opção, mas na verdade muito a amizade sobrepondo o profissionalismo. Muitas têm mais qualidade técnica e de pesquisa, mas não são chamadas, pois muitos produtores de eventos preferem chamar os amigos próximos que não cobram ou tem cachês baixos.

AJU360º – Por falar em cena eletrônica, como anda Sergipe neste aspecto?

DJ ANNYB – Tivemos um aumento de artistas na nossa cena, mas diminuição dos eventos eletrônicos. Antigamente uma produtora fazia em média três a cinco festas de médio/grande porte. Agora, a maioria realiza na temporada de verão cerca de duas edições. Durante o ano, a maior parte dos DJs atuam tocando em bares de praia e restaurantes que tem na programação eletrônico. Ainda são poucos, assim como boates que no momento a Sky Club tem maior frequência.

AJU360º – Como é seguir neste universo e ser premiada e reconhecida pelo belo trabalho que faz?

DJ ANNYB – Desde o primeiro dia que me envolvi com a música eletrônica busquei colaborar de alguma forma, começando pela divulgação e venda de ingressos dos eventos. Aquela frase: “Quem planta o bem colhe também! ”. Algo simples, mas que poucos fazem. Fico muito feliz de conquistar o reconhecimento de grandes profissionais no meu segmento na cena nacional e até internacional. Isso foi muito através de buscar por oportunidades fora, já que não tinha tanta aqui em Sergipe pela cena estar em desenvolvimento. Assim, fui me conectando com várias pessoas incríveis que me ajudaram demais. Talvez não consiga isso de pessoas mais próximas, mas alguém em algum lugar vai dar valor às coisas boas que faz. A internet contribui muito para mostrar suas ações em diversas partes do mundo inteiro. Então nunca pense apenas em si e busque sempre ajudar quando puder.

AJU360º – Hoje você é colunista da revista nacional mais importante da música eletrônica. Como é para você poder levar o nome de Sergipe por meio da sua visão ao escrever para esse veículo tão respeitado na cena?

DJ ANNYB – Tenho orgulho de mostrar que mesmo sendo do menor estado do Brasil, fora das grandes metrópoles da região como Bahia, Pernambuco e Ceará. Podemos contribuir para a cena eletrônica nacional dando visibilidade aos profissionais que vêm se destacando nos nove estados do Nordeste. Uma semente que plantei na House Mag há 8 anos, sendo pioneira a desenvolver uma coluna exclusiva para uma região. Fato que despertou interesse em outra do segmento que é filial no Brasil de uma revista inglesa chamada DJ MAG que ampliou a ideia e abriu espaço para outras regiões do país mostrarem seus destaques nesse formato. Assim como, considerada ativista cultural do Nordeste palestrei três vezes na maior conferência de música eletrônica da América Latina, o Brazil Music Conference. Integrando o BRMC Team durante a conferência online sendo Host deles.

AJU360º – Para encerrar, o que podemos esperar de Anny B para 2023?

DJ ANNYB – Vou entrar em 2023 tocando no dia 30 de dezembro, no maior festival alternativo da América Latina, o Universo Paralello, na Bahia por uma label internacional da Suíça, a Pitanga Show Case. Espero continuar tocando em vários estados do Brasil em grandes eventos, concretizando a minha apresentação na XXXPerience que foi adiada pela pandemia. Onde sou a primeira mulher do Nordeste a fazer parte do line. Lançar mais músicas por gravadoras internacionais como fiz meu primeiro EP pela Ideologic Records da Ucrânia com Benicci e Vicissu e nacionais como Toxic Astronautic com a NO A em collab com URANNIA e Benicci. Assim como me preparar para minhas primeiras apresentações na América do Sul e Europa participando de cursos intensivos na produção musical e técnica de mixagem em escolas nacionais. Além de continuar colaborando através da comunicação a dar visibilidade a outros profissionais do Nordeste por meio das matérias e palestras.

 

 

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